O pessoal do The Fifties (Vilaboim) cuida para que um erro não se repita.
Ao ser alertado, no almoço de hoje, que um suco pedido não chegara à mesa, o garçom se indignou justamente: “Mas ele não trouxe!”
E, para garantir que esse tipo de atraso não se repetisse, imediatamente providenciou para que a conta chegasse à mesa.
Antes que a tivéssemos pedido e, principalmente, antes que acabássemos de comer.
O maître, informado do ocorrido na saída, provavelmente achou que a aceleração da conta compensava a ausência do suco e não se preocupou em pedir desculpas.
Pois é.
19/11/2008 às 22:20
falando em erros e gentilezas, fico me perguntando o que fazer quando os clientes são estúpidos e ignorantes. Nossa, já senti tanta raiva e tive que fazer aquela cara de paisaegm, mas nem sempre o cliente tem razão…outro dia uma cliente pediu para fazermos uma reserva para 14 pessoas, o que no meu restaurante já fica difícil, mas era aniversário, abri a exceção e tal…aí ela fazia drinks e pediu se podi fazer um aperitivo para os amigos…tá tudo bem…não vou cobrar rolha…ah e posso levar o bolo…ta bom, sem problemas. Ao final veio um senhor pedir a conta no caixa e perguntou se eu cobrava o café ou faria uma cortesia pelo aniversário, disse que cobrava, mas que faria (mais) essa cortesia. Quando ele olhou a conta disse que eu não era idônea pois havia cobrado o couvert de uma criança (12 anos – que comeu umas 3 cestinhas de pão pelo menos)…nossa eu queria matar o car, que tava falando mole já, mas ainda disse que extornaria o valor, mas ele não quis saber, só quis saber de me chamar de ladra. Ai que ódio, tem gente que eu não gostaria que voltasse nunca mais…ufa desabafei
bj
fernanda
20/11/2008 às 11:01
Fernanda,
tudo bem?
O nome técnico para isso é cara-de-pau. Junto com grosseria, claro.
Mas o problema é mais grave. Acho que toda a discussão sobre direitos do consumidor (que é boa e necessária) acabou por ser mal compreendida por muitos. E criou um desvio, que faz com que as pessoas, supondo exercer direitos, se tornem autoritárias e desrespeitosas. O crítico de arte australiano Robert Hughes chama isso de “cultura da reclamação” e afirma que as pessoas se sentem no direito de agirem infantilmente, daí tais atitudes.
Durante muitos anos, coordenei uma escola de ensino médio e foi notável como a postura dos pais se alterou, aos poucos, chegando a considerar que era seu direito interferir no planejamento dos professores ou no calendário da escola. Um inferno.
Repito: nada contra reclamações e defesa de direitos de consumidor – até porque eles são efetivamente desrespeitados em muitos casos. E às respostas às reclamações (ou sugestões) nem sempre são as mais gentis.
Nessa semana, além do caso do Fifties, aconteceram deslizes em duas visitas a restaurantes. Apontei e, em ambos, recebi soluções e respostas prontas e gentis das casas. Espero tê-lo feito de forma educada – e acho que fiz. Porque intolerável não é a reclamação, é a grosseria e a soberba que, no fundo, significam: eu estou pagando, faça o que eu quero. Mesquinharia, em bom português. Quando junta com cara cheia, então…
Abraços!
ps. fui a seu restaurante outro dia e provei o filhote. Fiquei feliz de encontrá-lo. Gosto muito dele e me permite recordar bons dias passados em Belém e o ótimo filhote preparado pelo Paulo Martins, do Lá em casa. Mas comento outro dia essa visita porque tem outras na fila.
20/11/2008 às 13:59
palavras de conforto…hum o filhote, vamos ver o que tem para falar, prato ainda duvidoso para o Henrique, não está seguro, não sabe se deixa, se tira, aguardo ansiosa na fila
abraço
20/11/2008 às 14:34
Não só de conforto: de reconhecimento da nobre e difícil arte de engolir sapo.