A primeira vontade de voltar ao Tappo aconteceu quando o Júlio Bernardo recomendou, no Twitter, o pato de lá.
A segunda foi hoje cedo.
Fazia uma semana que só comia salada. Adoro salada, mas temi enlouquecer. Ou pior: virar vegetariano.
Acordei, tomei banho e fui à escola da minha filha. Ótimo sábado literário, com direito a um lindo sarau de lindos poemas. No meio da confusão de gentes e livros, vi de longe o Benny Novak, cujos filhos também estudam lá.
Troquei olhares cúmplices com minha mulher e decidimos silenciosamente onde iríamos almoçar.
A Tappo foi aberta há uns dois anos e, no início, oscilou um pouco. Depois se consolidou, com massas de primeira e um dos mais agradáveis ambientes de São Paulo: simples, aconchegante, charmoso.
Mais barata do que o Ici, outra casa de Novak, a Tappo não é uma trattoria lá muito ortodoxa. Começa com a mezuzá na porta e prossegue com os toques peculiares de alguns pratos.
O couvert, no entanto, é 100% italiano. Pão, azeite e sal. Não precisa mais se o trio for bom. E, no caso, é. Ainda mais para quem estava de regime…
Outra das coisas boas da Tappo é a lista de vinhos da casa, sempre bons e em doses variáveis. Ia tomar sozinho: fiquei com 250 ml do pinot noir da Viña Carmen.
Depois, uma boa massa com sardinha para minha filha e o magret de pato com risoto de feijão verde para minha mulher.
O molho de tomate estava mais picante do que o paladar da Lia suporta; então ela avançou no prato da mãe. Mãe – sabe-se disso – é mãe. Se considerarmos que também roubei umas fatiazinhas do magret, podemos dizer que esposa é esposa…
Risoto como poucos de São Paulo: granudo sem ser pesado. Arroz exato. E ótimo, o pato.
Quase pedi minha massa favorita: a pasta alla Norma – que, boa, é rara em São Paulo. Mas ando numa fase suína (exceto no que tange a assuntos futebolísticos, é óbvio); por isso, fui no carré de porco com repolho roxo e maçã. À parte, couve-flor gratinada com curry.
O molho do porco é ótimo e só perde para o próprio porco, fabuloso. Para meu gosto, um dos dois melhores de São Paulo. O repolho e a maçã, ótimos.
A couve-flor é boa e o curry é presente, mas não tão forte. Só que eu dispensaria. Acho que o prato já se completa sem o anexo.
De sobremesa, o óbvio: cannoli, para lembrar minha paixão siciliana. Massa fina, crocante, sequinha. Perfeito. Prefiro o recheio mais tradicional, sem o chocolate, mas não tenho como reclamar do que vem dentro dos três tubinhos por pessoa servidos na Tappo.
Para fechar, o Nespresso bem tirado curto e uma conta justa de 220.
São Paulo tem poucos restaurantes italianos bons e não caríssimos – já falei isso aqui no blog. Mas eles são bem bons.
Comer um pato na Tappo, além da sonoridade meio trocadilhesca, é uma boa pedida. Se vier com massa, porco e cannoli, nem se fala.
Amanhã ainda tenho um almoço decente. Depois, toca voltar para a salada…
Tappo Trattoria
Rua da Consolação, 2967, Cerqueira César, SP
tel. 11 3063 4864
Como chegar lá (Guia 4 Cantos): Tappo
16/05/2009 às 20:00
Fui hoje também ao Tappo, bela lasagna.. e olha que não sou fã de lasagna a bolognesa..
abraços
16/05/2009 às 20:21
Fiquei completamente fã da Tappo quando estive lá em fevereiro.
16/05/2009 às 20:44
Raphael
Vi, pelo Twitter, que quase encontramos lá. Só que fui mais cedo.
Também não sou muito fã de lasanha, mas a de lá é diferente.
Abraços!
Constance
Apesar da mitologia dizer o contrário, são raras as boas casas italianas aqui em São Paulo.
Dentre as acessíveis aos comuns mortais, meus preferidos são o Picchi e a Tappo.
Abraços!
16/05/2009 às 21:39
Carissimos,
Agradeço o texto sobre nossa Trattoria. Quando montamos a Tappo,imaginamos uma casa simples aconchegante e que servisse pratos caseiros.
Fico feliz com o resultado.Escorregamos no começo por uma falha tecnica,Despirite existe sim cozinheiro que cozinha para as mina!!! esse foi o nosso erro …mas ta tudo otimo,estou satisfeitissimo com a casa.Adoro estar na Tappo,sempre digo que no ICI eu trabalho e na Tappo me divirto…abs e obrigado
16/05/2009 às 23:14
Benny,
obrigado pelo comentário.
O almoço foi de fato delicioso.
Deu vontade de ir mais regularmente lá – essa é a prova dos nove de um restaurante.
Abraços!
17/05/2009 às 11:31
Comilão,
Muito obrigado pela citação.
A Tappo é realmente muito boa.
Além do pato, sou muito fã da lasanha à bolonhesa, da bisteca à fiorentina e do serviço de vinho.
Abração!
17/05/2009 às 13:51
Julinho
O sistema de vinho da casa é ótimo. É quase sempre minha opção por lá.
Por conta disso, faz tempo que não vejo a carta de vinhos.
Mas acredito que seja boa. Poucos lugares de SP têm carta como a do Ici, com variação de importadoras e diversos achados. Se for a mesma sommelière que monta a da Tappo…
Abraços!
17/05/2009 às 18:09
Olá Comilão, tudo bem?
Ainda bem que me faltam alguns pratos da Tappo a serem experimentados. Está sendo muito saborosa esta prova dos nove.
Experimentou o sorvete de creme?
Abraços
17/05/2009 às 21:42
tava otimo
adorei!!!
18/05/2009 às 12:05
Ricardo,
tudo bem?
Pois é, dá vontade de pedir o cardápio da Tappo inteiro.
Preciso voltar lá logo.
Não tomei o sorvete de creme, não (na verdade, não sou muito fã de sorvete de creme…). De doce, no sábado, só comi os cannoli.
Abraços!
Lidiane,
bacana que tenha gostado.
Abraços!
20/05/2009 às 09:47
Alho ,
Lendo agora os comentarios sobre seu post , e repsondendo.
Sim quem faz e cuida da carat de vinhos da Tappo é nossa sommeliere executiva(cargo bonito né ?) Daniela Bravin.
Abs Benny
20/05/2009 às 09:52
Benny,
bonito o cargo e bonito o trabalho dela.
Abraços!
17/06/2009 às 22:49
Alhos,
Quando se referiu ao Canoli, você quis dizer 3 MINI-tubinhos… aquilo é sacanagem do Benny com nossas lombrigas… daquele tamanho, eu comia uns 10 brincando… sublime… derrete na boca.
A lasanha para mim foi uma supresa:
– Linda apresentação
– Que molho a bolonhesa é aquele? PQP
– Ela é totalmente fresca, feita na hora, coisa difícil quandos e trata de lasanha
A Tappo já virou pra mim um dos lugares seguros para comer e sair satisfeito!
18/06/2009 às 06:15
Gourmet,
é verdade: poderiam vir mais uns 30…
A Tappo está mesmo muito boa e regular.
Se ainda não provou a moela com fígado, tente na próxima vez. Uma delícia.
Abraços!