Carlos Dória falou de doces em seu blog.
Duas vezes em uma semana.
Na primeira, lembrou como as sobremesas de nossos restaurantes apelam, (quase) sempre, para a infantilização do gosto e ficam bem abaixo do nível dos pratos principais.
Na segunda, reagiu contra a pressa e a banalização dos doces. Concluiu com uma aclamação que subscrevo com ênfase: “Que tal recusar o lixo da pâtisserie desde já? Digo, os ingredientes como o leite condensado, a nutella, a margarina, o sorvete de creme industrial, o excesso de açúcar…”
Se conseguíssemos a abolição da nutella, do malfadado sorvete de sei-lá-que-creme e da margarina, já daríamos um belo passo. E olhe que esse “lixo” todo está no cardápio de vários restaurantes metidos a gastronômicos.
09/11/2009 às 15:17
Alhos,
obrigado pela menção. Acho que é mesmo chegada a hora de uma “cruzada do doce”. A maldita Nutella, que foi criada como rebaixamento do chocolate em tempos de guerra; o maldito leite condensado, que contamina o receituário de norte a sul do país, já não têm nada mais a nos acrescentar.
Abraços,
Dória
09/11/2009 às 17:02
Dória,
torçamos, torçamos para que as coisas mudem.
Abraços!
09/11/2009 às 17:14
Assino embaixo!
Aliás, o que esse cara diz é pra assinar e reverênciar…Abraços Alhos!
09/11/2009 às 17:57
Roberta,
obrigado por seu comentário.
Sigamos em frente.
Abraços!
09/11/2009 às 19:23
Alhos, muitas vezes desanimo em pedir sobremesas. Mais do mesmo.
Agora, me permita mencionar as sobremesas do Sinhá. Aquele tiramissú de rapadura e aquele Mousse de chocolate amargo é coisa séria. E sem invencionices.
Sigamos.
Abraço !
09/11/2009 às 20:11
Luiz,
tudo bem?
Concordo plenamente. Os doces do Sinhá são muito bons: equilibrados e saborosos. E a preço baixo.
Porque o preço é também um assunto sério. Na semana passada, almocei num restaurante a que não ia fazia tempo. Pensei em pedir sobremesa. Olhei o menu e quase todos os doces custavam acima de 30. Obviamente, fiquei apenas com o café, paguei a conta e fui embora.
Abraços!
09/11/2009 às 21:07
Aqui em BH cobram 20 reias por um petit gatou com sorvete industrializado…
10/11/2009 às 00:22
Antes de ler o comentario do Luiz pensava justamente no Sinha… o cheesecake de abobora é a melhor sobremesa que comi nos ultimos meses – assim como o maravilhoso pain perdu do ICI Bistro.
10/11/2009 às 07:48
Adrina,
tudo bem?
Fuja…
Na verdade, petit gâteau bom é raro. Por esse preço, o único conselho é fuja…
Abraços!
Camila,
tudo bem?
Há boas sobremesas em São Paulo, sim. E casas que respeitam a doçaria. As que cita, por exemplo. Com facilidade dá para lembrar de mais algumas (Arturito, AK, Chef Rouge, as casas Fasano, etc.). Mas, infelizmente, elas são minoria. Há muito oportunismo e descaso na área.
Recentemente comi sobremesas horríveis em três restaurantes muito prestigiados da cidade (Carlota, Kinoshita e Maní). E não foram exceções.
Creio que o surgimento de boas docerias em São Paulo (Sódoces, Douce France) expôs mais a fragilidade do trabalho com doces nos restaurantes.
Abraços!
10/11/2009 às 08:46
Alhos,
discordo. NÃO EXISTE PETIGATÔ BOM! Está no DNA da coisa, foi fruto de um erro..rs
10/11/2009 às 16:52
Carlos,
ainda vou insistir um pouco. Quem sabe? rs
Abraços!
11/11/2009 às 07:16
PETIGATÔ….adorei!
Se escrevessem asism mesmo quem sabe esse doce e muitos outros não ganhariam alguma personalidade ?
11/11/2009 às 07:40
Kaki,
tudo bem?
Uma boa idéia seria traduzir os nomes de alguns pratos em escrita fonética.
Já que raras vezes eles aparecem grafados corretamente nos cardápios (já notou, por exemplo, a incrível quantidade de variações de “belle meunière”?), os restaurantes deviam mandar brasa nas traduções. rs
Abraços!
11/11/2009 às 11:41
Eu fujo, certamente. Não acho justo pagar 20 contos naquilo.
12/11/2009 às 03:24
Adrina,
tudo bem?
Acho que é essa a política mesmo: evitar consumir quando a relação de preço não parece justa.
Abraços!
12/11/2009 às 13:15
E por essas e outras que só peço sobremesas em restaurantes quando parecem boas/diferentes demais.
Quanto aos cardápios, como é bom ir a um restaurante e ver/ler um pouco de História bem escrita e descrita, né?
Acabei de postar sobre o Brasil a gosto e ele é um bom exemplo desta categoria. Também não decepciona nas sobremesas além daquele sorvete cremoso de máquina que é (afetivamente) muito bom.
Abs.
12/11/2009 às 13:58
Olá Alhos!
Também acho tudo muito doce sempre. Mas não acredito que abolir o leite condensado, por exemplo, seja a solução – ele está em coisas muito queridas, como o brigadeiro – mas sim ter mais opções para paladares menos adocicados. Não sou muito dadas às sobremesas (desestimulada pelo excesso do “doce” talvez), mas a última que comi e que estava muito boa foi o cheese-cake de tofu do Aizomê, feito sem massa alguma. Uma delicadeza! abraços!
12/11/2009 às 15:03
alhos,
tudo bem?
muito obrigado a todos pelas citações das minhas sobremesas!
procuro cobrar um preço compatível com o valor do meu buffet.
gosto bastante do pudim de leite condensado daqui…rs
quanto à praga do petigatô, confesso que gosto da versão do marcel, mas é o único.
e os doces do arturito realmente são divinos…
abraços!
12/11/2009 às 17:03
Edu,
tudo bem?
Concordo com sua cautela. Meu problema é que, por excesso de formiguice, muitas vezes não resisto e peço…
Tenho gostado muito do Brasil a gosto. E tem boas sobremesas mesmo.
Abraços!
Marina,
tudo bem?
Também gosto do cheese-cake de tofu do Aizomê.
E acho que, mais do que abolir, é importante diversificar e zelar pela qualidade. Trocar a Nutella, por exemplo, por um bom creme de chocolate com avelã.
Abraços!
Julio,
tudo bem?
Nunca comi o petigatô (a grafia pegou!) do Marcel. Dificilmente resisto ao suflê de cupuaçu…
Suas sobremesas são muito boas e a preço excelente. Merece as referências elogiosas e os parabéns. A minha preferida é o tiramisù de rapadura.
Abraços!
13/11/2009 às 11:14
o petigatô é um bolinho de chocolate com calda dentro, nada mais que isso, eu acho que como trabalhar com chocolate não é facil e petigatô é uma sobremesa com chocolate relativamente facil de fazer muitos restaurantes o adotaram, outros preferem a famosa torta quente de chocolate. Eu acho que são muito poucos os restaurantes que fazem algo realmente interessante com chocolate em sp, um deles é o marcel e seu petigatô.
16/11/2009 às 10:29
Manuela,
tudo bem?
Pois é, preciso experimentar este do Marcel…
E concordo: são raríssimos os restaurantes paulistano cuja doçaria está no mesmo nível do restante do cardápio.
Abraços!
16/11/2009 às 16:40
Discordo que exista tanto petit gateau nos restaurantes por ser fácil de se fazer. Acredito mais que nosso paladar não distingue aquilo que é “doce” do que é “sobremesa” e o proprio cliente acaba exigindo um petit gateau por ser um standart do que se vende como “sobremesa”.
Portanto, não seguimos realmente o nível do resto dos pratos, não somente por uma falta de técnica, assim como o medo de não atingir o ponto de saturaçao do paladar doce. O costume de se querer comer algo que seja tão doce que de até dor de cabeça está entre nós e não será mudado de um dia pro outro (mesmo com a crucificaçao do açucar pela sociedade e pelo perfil estético que buscamos).
17/11/2009 às 20:48
Vanessa,
obrigado pro seu comentário.
Concordo com você: há muita coisa envolvida e determinadas práticas culturais prevalecem.
Abraços!
18/11/2009 às 10:06
Vanessa,
discordo que o açucar seja o vilão da obesidade e dos problemas que vem com ela ( diabetes, colesterol etc.) tudo depende da quantidade, você pode comer um docê muito docê , é só não comer muito.Pesquisa recentes apresentadas no congresso mundial de diabetes em montreal tem mostrado que o grande vilão é a comida industrializada, o sedentalismo e o desequilibrio nas refeições.
Acho tambem que não necessariamente o docê menos docê é melhor do que o docê mais docê, depende. Nos paises arabes o doce é muito doce e não é consumido na sobremesa, na sobremesa se come fruta. O doce é consumido com café sem açucar e bem depois.
O que não podemos ter é verdades absolutas, isso é bom ou isso é ruim, depende da maneira que foi feito e podemos ter um docê bom com muito açucar.
19/11/2009 às 12:13
Manuela,
tudo bem?
Creio que a questão central é a qualidade do doce. E a rejeição ao uso indiscriminado de produtos (em geral, industrializados) que simplificam o preparo e sacrificam o sabor e a variedade de opções.
Abraços!
19/11/2009 às 13:34
Oi manuela, eu nao comentei sobre obesidade ou de o açucar ser o vilão. Falei que existe uma sociedade que crucifica o açucar (assim como a gordura, sal, carboidratos) e por isso se privam de algo(muitas vezes o doce). Se leres novamente falei exatamente o que o alhos comenta acima também, e que o paladar brasileiro já pede algo mais doce, e por isso, pedimos esse doce extra. O que acho mesmo é que esse extra muitas vezes pode deixar de lado o sabor (como por exemplo acontece com o sal quando comemos algo demasiado salgado). O que seria um desperdicio, afinal nos alimentamos pelo sabor também e não somente por recargas energeticas. Também sou nutricionista (pelo o que eu notei tu também) porém trabalho na gastronomia, e vou achar sempre que o equilibrio em tudo é o que levará realmente ao prazer de se alimentar e bem (em qualquer sentido que seja).
19/11/2009 às 13:48
Vanessa,
defendamos sempre o sabor!
Abraços!
19/11/2009 às 18:09
Voce esta certa vanessa
só acho que o fato de ser mais doce ou menos doce não significa que seja melhor ou pior
voce pode alcançar o equilibrio comendo uma quantidade menor se o doce for muito doce