“Não quero que a intriga siga a técnica. Eu adapto a técnica à intriga. Um belo ângulo de tomada de cena pode causar um efeito que satisfaça o operador-chefe, ou mesmo o diretor. Mas a questão é saber se, dramaticamente, esse plano é a melhor maneira de contar a história.”
(Alfred Hitchcock, em entrevista a Le Monde, 1955)
Hitchcock falava de cinema, claro.
Fácil e necessário adaptar a frase à gastronomia atual — o que significa que Hitchcock entendia de comida. Na verdade, Hitchcock entendia de tudo.
15/07/2010 às 02:07
Alhos
Você é o Babbit dos cozinheiros.
15/07/2010 às 09:54
Manuela,
tudo bem?
Se entendi direito, acho que devo agradecer pelo comentário. rs
Abraços!
15/07/2010 às 13:15
Alhos
Você não leu Babbit?
15/07/2010 às 13:40
Manuela,
no, no. Falha, né?
Abraços!
17/07/2010 às 03:05
Babbit era apenas um bom corretor de imóveis,descontente com a vida.Não creio que é uma falha não ter lido a novela de Sinclair Lewis ,é uma crítica ao conformismo do homem médio americano .Há coisas melhores ,não é uma das mais significativas.Se é um elogio ?Bem , o termo babbit hoje significa pessoa inculta.Mas pode ser que a Manuela tenha tido outro pensamento.
17/07/2010 às 10:25
Obrigado pelo esclarecimento, J.
Abraços!
18/07/2010 às 22:18
J.
Sinclair Lewis foi o primeiro nobel americano e sua principal obra foi Babbit.
O livro retrata a vida de um americano médio deslumbrado com a sociedade de consumo.
Em uma passagem do livro Babbit fica encantado com o novo modelo de gillette e como é “maravilhoso viver em uma época de transformações unicas”.Nesse sentido, de achar que o seu tempo é mais especial é que usei otermo.
J., Leia de novo o livro e você vai ver o quanto atual é, Babbit poderia morar hoje em moema e trabalhar no mercado financeiro, jogaria golfe, teria uma bela adega cheia de Catena Malbec e frequentaria o DOM com certeza.Mais meio seculo depois o personagem continua existindo.
18/07/2010 às 23:16
Manuela,
tudo bem?
Então não foi um elogio; foi uma ironia. Pena.
Acho muito divertido você ter concluído que sou deslumbrado. Tenho inúmeros defeitos, mas acho que não este – e não estou falando só de comida.
Observo apenas que o trecho de Hitchcock que coloquei no post é exatamente uma demonstração da desconfiança diante da técnica, e não sua celebração; nesse sentido, é ligeiramente passadista, rejeita a valorização do tempo presente e de um hipotético futuro redentor.
Em tempo: não tenho absolutamente nada contra quem mora em Moema, toma Catena Malbec, joga golfe e frequenta o DOM. Tenho contra caricaturas e generalizações.
Abraços!
19/07/2010 às 13:21
Manuela ,como vc se dirigiu a mim ,eu quero dizer que li Babbit e gostei ,mas não é o melhor da literatura americana ,apenas quis esclarecer que não era propriamente um elogio ,notei logo a sua ironia ,mas deixa pra lá,infelizmente vc. não entendeu o que o Alhos quis dizer ao citar o célebre diretor.De fato ,o tema de Babbit é sempre atual ,há pessoas deslumbradas com tudo ,até mesmo com a pretensa erudição que gostam de ostentar.
20/07/2010 às 09:57
Alhos,
sou novo no post mas velho, muito velho leitor.
De parte as ironias, até porque adoro o Catena e já gostei muito do DOM, de certa forma também eu vejo o seu blog como a obra do Sinclair Lewis: ele é uma crítica certeira contra o deslumbramento de alguns.
Achei, aliás, que a mensagem da Manuela, que não conheço, teria esse tom positivo. Mas as faces das palavras são tantas sob a face neutra…
Abraço.
21/07/2010 às 16:09
Continue com o bom trabalho SR. Alhos!
E a Sra. e Srta. Alhos?
22/07/2010 às 13:27
“Torniamo all’antico: sarà un progresso”, já dizia o velho Verdi… 🙂
23/07/2010 às 17:42
J., Caio, Tadzio & Fabio,
desculpem-me a demora na liberação dos comentários. Estava viajando e só voltei hoje.
Obrigado a todos.
Caio,
a princípio, sempre acredito na positividade das intervenções, em qualquer circunstância. Por isso, o blog segue e tenta lidar com a variedade de opiniões e de formas de expressão. Melhor assim, não é?
Abraços!
Tadzio,
elas seguem bem. Difícil é convencê-las a escrever mais para o blog. Mas prossigo no esforço… rs
Abraços!
Fabio,
acho que o ideal é conseguir combinar o novo e o antigo para que o novo não se nutra só da iconoclastia e o antigo não seja intocável.
Abraços!
23/07/2010 às 23:07
Alhos
Realmente eu não tinha entendido o que você escreveu.
Em relação a Moema, Golfe, Catena Malbec e Dom.
Cada um com seu gosto e eu respeito, apenas constatei que “Babbits” adoram consumir isso, o que não significa que todos que consumam sejam.
Em relação ao Catena , nada contra ele apenas acho que muitos consomem a marca.Já o Malbec argentino são todos muito parecidos, o Catena Malbec é ok mas com tanta variedade de vinho no nosso mercado eu abriria uma garrafa de Malbec no maximo duas vezes por ano, a vida é curta.Não entendo tambem no Brasil, mesmo no verão, se consumir mais vinho tinto do que branco e espumantes.Aliás para mim a grande uva da Argentina é o Torrontes e não o Malbec.
Não acho que vocês sejam deslumbrados.
J. o Babbit me marcou muito e considero um dos melhores da literatura americana, se é o melhor é relativo , isso é dificil , é coisa de americano…
24/07/2010 às 09:37
Manuela,
tudo bem?
Obrigado pelo esclarecimento.
Gosto de vários vinhos feitos com malbec, inclusive a junção com corvina, no Passo Doble.
Só por curiosidade: meu vinho argentino favorito continua a ser o Château Montchenot (cs/merlot/malbec), muito anterior ao sucesso dos malbecs concentrados. Ele garantiu muitíssimas noites de alegria em minhas temporadas de trabalho buenaerense, no final dos anos 80. Infelizmente não o tomo há anos. Mas alguns amigos que o beberam recentemente constataram que continua bom.
Abraços!
17/06/2011 às 00:01
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