Uma e meia da tarde, Praça Vilaboim.
Minha filha e eu iniciamos a travessia pela faixa de pedestres, farol aberto para nós.
Eis que o manobrista do Aoyama arranca e cruza o farol vermelho centímetros à nossa frente. Assustamos, respiramos fundo e reiniciamos a travessia.
Depois de uma rápida olhada na banca, esperamos o farol abrir para atravessar de volta.
Quando estamos na metade da travessia, outro manobrista do mesmo restaurante chega velozmente e estaciona exatamente em cima da faixa. Contornamos o carro para chegar à calçada.
Não resisto e me dirijo à hostess do restaurante, parada à porta. Explico tudo e lembro que colocar transeuntes em risco não é bom para a imagem da casa.
Ela me ouve e diz que devo falar com o responsável pelo serviço, um senhor de terno, parado na calçada. Falo com ele, que me atende de maneira gentil, desculpa-se e avisa que “informará ao patrão”.
Despeço-me e sigo meu caminho enquanto ele orienta o próximo carro a estacionar. Em cima da faixa de pedestres.
Claro que não são só os manobristas do Aoyama que usam a Vilaboim como se fosse garagem privada, sem apreço público e ao público. E nem é só lá que isso acontece.
Mas desta vez foi.