Era domingo, minha mulher e eu sozinhos. Decidimos conhecer as novas instalações do Insalata. Impossível: casa lotada, espera de trinta minutos.
Subimos a Alameda Campinas de volta e entramos no Bola Preta, na esquina de casa. Nossa terceira vez por lá. Claro que a resenha simpática do Luiz Américo, dois dias antes no Guia do Estado, nos estimulou a voltar.
O couvert simples (4 reais) trazia abobrinha crua no azeite, azeitonas pretas, pão, manteiga e azeite. Pedimos dois bolinhos de bacalhau (3,5 cada), que confirmaram nossa impressão anterior de boa fritura (sequinhos, crocantes) e de pouco sabor.
Para principal, minha mulher escolheu o salmão com purê de mandioquinha (26); eu fiquei com o bacalhau à portuguesa (43). O salmão estava no ponto e era bom. Meu bacalhau e seus acompanhamentos careciam completamente de sal. Retemperei à mesa com sal e azeite e ficou razoável.
Nenhuma sobremesa empolgava e em casa tínhamos picolés Diletto: melhor caminhar vinte metros e pegar o elevador. Tomamos nossos cafés e fomos embora. Conta final de 110.
A casa tem diversos garçons, mas o serviço é desatento. Mais de uma vez, o senhor que estava na caixa percebeu nosso abandono e pediu que nos atendessem. Na hora de pagar a conta, após esperar e tentar em vão chamar a atenção da hostess (a cujos olhos éramos invisíveis), me levantei e fui direto ao caixa.
Saímos de lá com a mesma impressão das outras vezes. Não é ruim, não é bom. Dá vontade de voltar? Não. Por mais que passemos meia-dúzia de vezes, todos os dias, na porta.
E, mais do que o almoço, foi essa questão que ficou: o que faz um cliente voltar a um restaurante? Não vale dizer que é a boa comida e o bom atendimento. Primeiro, porque é óbvio. Segundo, porque nem sempre é assim que funciona.
Rapidamente repassei a lista de que restaurantes a que sempre quero voltar. Aqueles a que tenho vontade de ir toda semana. Depois, os que cogito ir mais ou menos uma vez por mês. Em seguida, os que me empolgam, digamos, a cada dois ou três meses, talvez seis meses. E aqueles que ficam meio esquecidos e aonde só volto por obrigação ou porque bate a curiosidade de ver como andam as coisas.
Dia desses, conto quais são. Uma pena que o Bola Preta, vizinhíssimo, não entre (ainda?) em qualquer dessas listas.
Bola Preta
Alameda Campinas, 1021, Jardim Paulista, SP
Tel. 11 2649 4840
Como chegar lá (Guia 4 Cantos): Bola Preta