Mario Batalli tem um monte de restaurantes, espalhados por meia-dúzia de cidades.
Em Nova York, o mais famosos deles é o Babbo, caro e famoso, que chegou a ganhar quatro estrelas da Ruth Reichl em 98.
Mas não fomos lá. Fomos jantar no Lupa, a “trattoria dos sonhos” – segundo Gael Greene. Comida romana tradicional, bem executada.
Casa relativamente pequena, com decoração que evoca, de maneira elegante, a Itália. Não, nada de camisa pendurada no teto ou cacho de garrafas vazias. Nem latão em profusão.
O menu da Restaurant Week só funcionava para o almoço; então, recorremos ao cardápio regular.
O primeiro garçom era um tanto blasé. Felizmente, se mandou e foi substituído por uma moça atenciosa e simpática. Garçom blasé – espécie que prolifera aqui em São Paulo – é dose.
Não pedimos entrada – para desespero de minha filha, que viu chegar uma porção linda de prosciutto crudo à mesa ao lado, justamente quando nossos pratos estavam para vir.
Ela esticou os olhos, quase os braços. Por pouco não caiu da cadeira e escorregou na saliva farta que lhe escorria pelos cantos da boca.
Minha mulher comeu uma perca com lentilhas e espinafre. A potência da cozinha italiana com a precisão da execução.
Preferi uma rabada com polenta, salsão e passas. O salsão, crocante. A polenta, com queijo, era leve e saborosa. A carne conciliava delicadeza com consistência e sabor intenso. Das melhores.
Minha filha, após a decepção do prosciutto não-pedido, teve que se conformar com o spaghetti no molho de tomate sugerido pela garçonete. Se conformou?
Não. O molho era um pouco picante e ela não tolerou.
Trocamos de prato. Ela comeu até o fim a rabada, sob o olhar espantado da garçonete, que a parabenizou pelo paladar.
Obrigado. Só que eu fiquei com o spaghetti… Bom? Claro. Saboroso e obviamente no ponto exato. Mas não era um oxtail… O que não se faz por uma filha?
O bom sorvete de tangerina da sobremesa perdia apenas para os cantuccini com vinsanto. Excelentes.
Para acompanhar a refeição um Salice Salentino (um toque sulista sempre cai bem) típico e intenso.
Conta? 150 dólares, incluído o suco de cranberry , as taxas e a gorjetinha de 20%.
O jantar valeu cada um deles.
Pena, apenas, que não nos deixaram levar o estoque restante de vinsanto, cantuccini e oxtail… E uma porção tamanho orca do prosciutto que nem provamos, mas que devia estar ótimo.
Lupa
http://www.luparestaurant.com/restaurant.html