Archive for the 'achapa' Category

Breves & Bravas

10/11/2008

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O cappuccino da Kopenhagen fez furor quando lançado. Onde já se viu tanto chocolate num cappuccino? Nunca. Mas valeria a pena pensar se continua sendo cappuccino com tanto chocolate. E tão doce.

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O Mignon Caprese de Achapa é uma ótima idéia: filé com rúcula, mozarela de búfala, tomate caqui e um fio de azeite, no ciabatta. Mas 20 reais é excessivo. E o filé não parece filé. E a mozarela é inexpressiva. E o azeite é sem graça. E as batatas fritas – pedidas como acompanhamento – chegaram murchas e tinham sabor terroso.

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A maioria dos restaurantes japoneses de São Paulo vai de mal a pior. Efeito provável da banalização da comida oriental. É bacana ver os restaurantes cheios de crianças que adoram peixe cru? Claro. Minha filha, inclusive. Mas o lado ruim é que a qualidade dos ingredientes despenca, que os sabores e os gostos se homogeneizam, que os cortes ficam cada vez piores e as invencionices prevalecem: catupiri (esse nobre que ficou maldito, para fazer par com o salmão) e assemelhados proliferam.

O Guia do Estado, em sua edição de duas ou três semanas atrás, confessou não ter conseguido encontrar nenhum bom endereço de comida japonesa em Higienópolis e imediações. É verdade, apesar de haver três casas, todas sem graça, só na Praça Vilaboim.

Até o Mitsuyoshi, no Paraíso, declinou. Freqüentado por muitos orientais, que falam suas línguas e dão um ar de respeitabilidade ao lugar, ele era bastante confiável. E era uma boa opção, mais ou menos perto de onde moro. Não ia lá há uns três meses. Fui e me decepcionei. O gosto de óleo prevalecia no tempura de legumes e camarões, prato relativamente caro e de boa apresentação. Os sashimis e os sushis também não mantinham o nível anterior da casa, com peixes previsíveis e quase sem gosto. O atendimento é gentil, mas mal informado e assume que é impossível desligar o ventilador que quase faz a mesa voar. Que coisa!

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Tomo café curto. Quanto mais curto melhor. O ideal é aquele curto italiano: só um gole, muito forte, muito espesso e muito saboroso. Mas esse não se encontra por aqui e tenho de ficar na lembrança de quando morava lá. Mas há casas que exageram na diluição do coitado do pó. Alguém já tentou, por exemplo, tomar um café curto no Il Pastaio que funciona dentro da Casa das Rosas? Desafio. Toda semana, infatigavelmente, tento. Nunca recebi menos do que uma xícara transbordando. E bem ralinho.

Certa vez, em outro lugar, o rapaz que servia o café me explicou que não valia a pena pedir curto porque era o mesmo preço do longo. Ah, bom. Deve ser isso que pensam as gentis atendentes do Il Pastaio: já que o preço é o mesmo, vamos encher a xícara!