De bourguignon a bourguignon: esta foi nossa trajetória na Restaurant Week de inverno. Começamos com o bourguignon clássico de Erick Jacquin e encerramos com o bourguignon de cordeiro de Andrea Kaufmann.
Confesso que não me espantou que o segundo fosse muitíssimo superior ao primeiro. E que a refeição no AK superasse de longe a da Brasserie. Questão de estilo e compromisso.
Fizemos nossa despedida da RW no AK Delicatessen.
Um amuse-bouche de torradinha com coalhada e berinjela picante abriu a refeição. Simpático, embora uma das torradinhas chegasse murcha à mesa.
Provamos as três entradas. Minha filha pediu o gravlax de salmão: fatias finas de salmão marinado com ervas, acompanhado de salada aquecida de batata e folhas verdes. O dill dava um toque de frescor especial à batata e o peixe era simultaneamente intenso e delicado.
O consonmé de carne e frango com uma bolota de matzá, escolha de minha mulher, aqueceu agradavelmente a noite que esfriava.
Mas minha “berinjela singela”… Ah, minha berinjela singela! Assada na boca do forno, trazia o amargo delicioso da casca, associado ao tahine, mel de romã, raspas de limão e saladinha de tomate com hortelã. De longe, a melhor entrada da RW. Queria mais uma dúzia delas para trazer para casa e cruzar a noite comendo.
Dentre os principais, minha filha ficou com o spaguettini com molho de cogumelos variados, limão, dill e farofinha de funghi porcini. Cremoso e saboroso.
Minha mulher e eu ficamos com o bourguignon de cordeiro, macio, farto e forte, preparado no vinho e acompanhado de spetzel, cebola frita e coalhada. Salvei algumas cebolas da voracidade de minha filha e vi que estavam ótimas. A coalhada e o spetzel atenuavam com estilo a força da carne e combinavam para compor um prato harmonioso, intenso e bastante saboroso.
Pedimos, os três, a mesma sobremesa: merengue de morango (a outra opção envolvia nutela e tenho implicância com doces de restaurante que levam nutela). Gostoso, embora não revelasse a importância da doceria da casa (o pain perdu, o philó strudel, a crème brulée de mel e figo… Ai, ai).
Café, águas e uma taça de vinho da lista de bebidas alcoólicas com preços reduzidos para o evento completaram o jantar.
Assim o AK fechou maravilhosamente essas duas semanas de RW. Cada vez mais gostamos da casa: o trabalho de Andrea Kaufmann nos conquistou aos poucos, tão saudosos que éramos da Cecilia, mas irreversivelmente.
E por que não me surpreendeu que o bourguignon do AK fosse superior ao da Brasserie? Por dois motivos: conheço a Brasserie e conheço o AK.
Para bom entendedor, acho que a explicação basta.
Rua Mato Grosso, 450, Higienópolis, SP
Tel. 11 3231 4497
Como chegar lá (Guia 4 Cantos): AK Delicatessen
12/09/2009 às 11:39
Na Rest Week do começo do ano fui no AK e me surpreendi mto! Nunca tinha ido ao restaurante e aquela tinha sido a 1ª vez. Quando vi o cardapio da RW desse semestre, de novo, o cardapio do AK me pareceu um dos melhores. Comparando com os restaurantes q fui nesse semestre e minha experiencia nele no começo do ano, a relação boa comida X ambiente, o Ak continua ainda p/ mim sendo o melhor! Vou ver se ainda dá para ir nele nesse final de RW!E olha, eu quero ir de Nutella! rsrsrs
Abs!
12/09/2009 às 11:41
Guta,
tudo bem?
AK é ótimo. Acho que, na verdade, está cada vez melhor.
E aproveite a nutela!
Abraços!
12/09/2009 às 14:10
fui ontem lá, depois do brad mehldau, mas o manobrista avisou que tinha 3 mesas de espera e já era meia-noite. acabamos no ICI, impecável como sempre. quase nos conhecemos…
12/09/2009 às 15:36
Luiz,
de novo na trave.
Mas havíamos saído bem antes, lá pelas dez e quinze, dez e meia.
Na segunda, nossos textos se encontram na Cultura.
Abraços!